A seleção nacional feminina iniciou a sua campanha no Campeonato do Mundo com uma derrota por 1-0 frente aos Países Baixos. Num dia histórico para o futebol português, as Navegadoras bateram-se de igual para igual frente às vice-campeãs, perdendo apenas pela margem mínima.
Não faltou emoção no momento em que a “A Portuguesa” tocou em Dunedin, Nova Zelândia. Lágrimas escorreram da face das jogadoras lusas, naquele que foi um dos momentos mais altos da história do futebol feminino português.
Condizente com a importância do acontecimento foi a entrada da equipa das Quinas na partida. Destemida, a formação de Francisco Neto pressionou as neerlandesas de forma intensa, causando dificuldade na retenção de bola a um conjunto que partia com amplo favoritismo para o encontro.
Ainda assim, a concentração demonstrada em jogo corrido não se estendeu ao pontapé de canto de onde surgiu o golo dos Países Baixos. Aos 13 minutos da partida, Stephanie van der Gragt fez uso da sua elevada estatura para cabecear para a baliza, fazendo o primeiro e único golo do encontro. A juíza ucraniana ainda anulou o tento numa primeira instância, porém, após revisão, acabou por validar justamente a vantagem da ‘laranja’.
Até ao final do primeiro tempo, a posse de bola foi dividida, ainda que, do lado nacional, tivesse faltado capacidade de chegada à zona ofensiva. Zero remates nos primeiros 45 minutos espelham bem a ausência de poder de fogo português, apesar da consistência e competitividade demonstradas a nível defensivo.
Já no segundo tempo, Portugal despertou para o ataque com um nome em destaque: Jéssica Silva. A estrela maior da seleção nacional não se cansou de procurar a profundidade, sendo alvo de várias bolas colocadas pelas companheiras para explorar a sua velocidade. Contudo, a falta de apoio no último terço continuou a imperar e raramente se viu as Navegadoras a chegar com perigo perto da baliza de Daphne van Domselaar.
As alterações que fizeram entrar jogadoras como Kika Nazareth e Telma Encarnação vieram dar alguma energia às cores lusas, porém sem o acerto necessário na hora de definir as jogadas. Dos Países Baixos pouco se viu durante a segunda parte, muito por mérito da seleção nacional, sendo que as neerlandesas se limitaram a gerir uma vantagem que, apesar de magra, nunca pareceu estar em real perigo.
No final, fica a amostra de força portuguesa frente a uma das melhores seleções do mundo, assim como a promessa de vender cara a eliminação nesta fase de grupos. Segue-se o encontro teoricamente mais acessível com o Vietname, onde Portugal está obrigado a vencer para mais tarde tentar o milagre no confronto com as campeãs mundiais, Estados Unidos da América.