A seleção nacional voltou a fazer história este domingo em Munique, ao conquistar pela segunda vez a Liga das Nações, batendo a Espanha nas grandes penalidades (5-3), após um empate a duas bolas nos 120 minutos regulamentares e de prolongamento. Num Allianz Arena cheio de emoção e simbolismo, Portugal ergueu o seu terceiro troféu internacional em menos de uma década, consolidando o seu estatuto entre as potências do futebol europeu.
O jogo teve todos os ingredientes de uma final. Os primeiros 45 minutos foram de enorme intensidade, com a seleção portuguesa a entrar personalizada, embora fosse a Espanha a inaugurar o marcador. Aos 21 minutos, Martim Zubimendi aproveitou um desvio infeliz de João Neves para abrir o ativo. A resposta foi pronta e incisiva: cinco minutos depois, Nuno Mendes arrancou pela esquerda e atirou cruzado para o empate, num lance que ainda gerou dúvidas sobre um eventual fora de jogo de Cristiano Ronaldo.
Quando o empate parecia justo ao intervalo, Mikel Oyarzabal fez o 1-2 em cima do apito, num golo polémico que teve início numa jogada em que os portugueses pediram falta sobre Bernardo Silva. O VAR não interveio e os espanhóis recolheram aos balneários em vantagem.
No regresso, Portugal entrou com outra alma. Bruno Fernandes ainda marcou, mas o golo foi invalidado por fora de jogo de Pedro Neto. Aos 61 minutos, Ronaldo apareceu como tantas vezes fez ao longo da carreira: oportuno, frio e letal. Finalização simples, eficaz, após mais uma arrancada letal de Nuno Mendes. Estava feito o 2-2.
À medida que o tempo avançava, os dois treinadores foram mexendo nas equipas. Roberto Martínez refrescou o meio-campo e o ataque com Rúben Neves, Rafael Leão e Renato Veiga. Do lado espanhol, entraram Merino, Isco e outros protagonistas. Ronaldo, aos 40 anos, deixou o relvado visivelmente combalido, cedendo o lugar a Gonçalo Ramos.
O prolongamento teve um só sentido: Portugal. Nuno Mendes e Rafael Leão criaram perigo real, e os lusos ainda reclamaram penálti num lance com o lateral do PSG. Sem alterações no marcador, tudo se decidiu nos penáltis.
Aí, brilhou Diogo Costa. O guarda-redes do FC Porto voltou a ser decisivo, defendendo o remate de Álvaro Morata e deixando o caminho aberto para o triunfo. Gonçalo Ramos, Vitinha, Bruno Fernandes, Nuno Mendes e Rúben Neves foram exímios da marca dos onze metros, selando o 5-3 e soltando a festa em tons de verde e vermelho.
Com este título, Portugal vinga-se da eliminação no Euro 2024 frente à França e reforça uma geração que continua a deixar marca no panorama internacional. E com Cristiano Ronaldo a somar mais um capítulo de glória, num percurso lendário que parece não conhecer fim.