A adversidade foi enorme, mas a Liga dos Campeões teve uma das maiores surpresas de sempre.
Não é de Steven Spielberg, mas se fosse um filme, tinha todo o potencial para esgotar imensas salas de cinema por todo o mundo, naquela que é a representação um feito sensacional que aconteceu na liga milionária da CONCACAF.
O Violette, do Haiti, teve um sorteio que já se adivinhava difícil frente aos estadunidenses do Austin, mas a primeira mão surpreendeu muita, senão toda a gente. A jogar em casa, os menos favoritos ganharam por 3-0, e até poderiam ter a eliminatória bem encaminhada, não sofressem um revés de última hora.
Ao chegar ao Texas, para jogar a segunda mão, apenas 12 jogadores dos haitianos tiveram os vistos aprovados para entrar nos Estados Unidos da América, e segundo os regulamentos da prova, com tão poucos elementos não seria possível realizar a partida, o que resultaria numa eliminação.
A solução foi ‘pescar’ 4 jogadores amadores haitianos que já estivessem nos EUA, logo, que já tivessem o seu visto aprovado, tendo um grande fardo de ter que colocar 2 deles no onze inicial.
O Austin FC já era favorito para dar a volta, mesmo perdendo por 3-0 no intervalo da eliminatória, mas então agora, tornava-se quase uma formalidade… segundo se dizia.
Driussi teve um golo anulado pelo VAR na primeira parte, aos 25 minutos, e a resistência continuava, tendo durado apenas até aos 51 minutos, porque o mesmo argentino faria o primeiro, e o segundo, 10 minutos mais tarde.
Com meia hora por jogar o ambiente no estádio contrariava qualquer esperança dos haitianos, mas com muita resistência (e anulando os 76% de posse de bola e os 35 remates dos americanos), o Violette perdeu apenas por 2-0.
Numa das histórias mais inacreditáveis do século em termos de futebol de alto rendimento, o Violette espera agora adversário nos quartos de final da Liga dos Campeões da América do Norte e Central.