A Federação Belga anunciou oficialmente a nomeação de Rudi Garcia como novo treinador para a seleção da Bélgica. O francês de 60 anos substitui Domenico Tedesco, que foi demitido na semana passada após um mandato turbulento que durou menos de dois anos. Garcia traz consigo uma vasta experiência, tendo comandado vários clubes europeus importantes durante a sua carreira, mas esta marcará a sua primeira incursão no que toca a treinar seleções.
Domenico Tedesco foi contratado em fevereiro de 2023 com a esperança de rejuvenescer os belgas e injetar nova energia. No entanto, sob a gestão de Tedesco, a equipa ficou aquém no Euro’2024, tendo sido eliminado nos oitavos de final após uma derrota para a França. Atuações pobres da Bélgica na Liga das Nações da UEFA selaram o destino de Tedesco, deixando a Bélgica mais uma vez em busca de estabilidade e de sucesso.
O período de Tedesco também foi marcado por controvérsias após ele se ter desentendido com o número 1 belga, Thibaut Courtois, que é considerado um dos melhores guarda redes do mundo. Tedesco decidiu tirar o guarda redes do Real Madrid, não o convocando para a seleção nacional para o Euro’2024. Para além disso, o capitão Kevin De Bruyne também chamou a atenção para a má forma dos belgas no Europeu, o que gerou mais negatividade desnecessária.
A nomeação de Garcia oferece um novo começo para a Bélgica, com esperanças de que a sua vasta experiência em gestão de clubes se possa traduzir em sucesso a nível internacional. Na sua passagem mais bem-sucedida, levou o Lille à glória doméstica e demonstrou a sua capacidade de extrair o melhor de um grupo de jogadores. No entanto, comandar uma seleção nacional traz desafios únicos, como menos tempo para trabalhar com jogadores e maior escrutínio do público e da mídia.
As conquistas mais notáveis do jogador de 60 anos incluem levar o Lille a um título da Ligue 1 e ser nomeado Treinador do Ano da Ligue 1 em 2011. A sua jornada também o levou a clubes como Roma, Marselha, Lyon e, mais recentemente, Napoli. No entanto, o seu tempo no Napoli durou pouco, com Garcia a ser despedido em 2023 após 16 jogos, metade dos quais terminaram em vitórias. Antes disso, ele teve uma breve passagem pela Arábia Saudita com o Al Nassr, onde se separou mutuamente do clube após 10 meses no comando.
A tarefa que Garcia tem pela frente está longe de ser simples. A Bélgica, atualmente classificada no 8º lugar no Ranking Mundial da FIFA, tendo lutado para encontrar o seu ritmo desde o fim da era Roberto Martínez. Martínez deixou a seleção da Bélgica após uma decepcionante campanha no Mundial de 2022, onde a Bélgica, na altura aclamada como uma “Geração de Ouro”, não conseguiu atingir o seu potencial. O desafio imediato de Garcia será preparar a Bélgica para os play-offs da Liga das Nações contra a Ucrânia em março de 2025.
Falando sobre a sua nova função, Rudi Garcia expressou entusiasmo pela oportunidade e reconheceu os desafios que virão. “A Bélgica é uma equipa com imenso potencial, e estou animado para trabalhar com um grupo tão talentoso de jogadores. A jornada não será fácil, mas acredito que podemos alcançar grandes coisas juntos”, referiu na conferência de imprensa da sua apresentação. Para Garcia, esta é uma oportunidade de reformular a sua narrativa após resultados mistos em funções recentes a nível de clubes.
