Na quinta-feira, o presidente da Federeção Internacional de Futebol (FIFA) afirma que o Mundial de Futebol Feminino de 2023 na Austrália e Nova Zelândia, não vai ter o patrocínio do turismo Arábida Saudita.
Numa conferência de impresa, Gianni Infantino diz que,”houve conversações com a Visit Saudi, mas no final não se firmou um contrato” e ainda que, “foi uma tempestade num copo de água”, referindo-se à reação da Austrália e Nova Zelândia em fevereiro sobre o anúncio de que o torneio, poderia ter um patrocínio saudita, devido ao histórico daquele país em matéria de direitos das mulheres.
Apesar da Federação Neozelandesa de Futebol estar “chocada e desapontada” por a FIFA não os concultar, Infantino defendeu que, “A FIFA é uma organização composta por 211 federações nacionais, não há nada de errado em aceitar parcerias da Arábia Saudita, China, Estados Unidos, Brasil ou Índia”.
“Congratulamo-nos com o esclarecimento”, disse James Johnson. , em comunicado. “Igualdade, diversidade e inclusão são compromissos muito importantes” para a federação australiana, salienta. A federação neozelandesa acrescenta, “acreditamos ser essencial que todas as parcerias comerciais se alinhem com a visão e os valores dos torneios em que estão envolvidas”.
O Conselho dos Direitos Humanos na ONU apontou, em dezembro, a Arábia Saudita como um dos cinco países do mundo que mais violam os direitos humanos, sublinhando que as mulheres são particularmente vulneráveis a abusos. Na Arábia Saudita, as mulheres são vítimas de forte discriminação, o que o país explica com o seu caráter islâmico especial que, segundo as autoridades, justifica uma ordem social e política diferente da do resto do mundo, referiu a lista.
O presidente da FIFA disse na quinta-feira que os prémios de jogador e a compensação aos clubes relativos ao Campeonato Mundial de 2023 tinham triplicado para os 143 milhões de euros. Porém, salientou que os operadores televisivos não se têm mostrado interessados em transmitir o Campeonato do Mundo de Futebol feminino: “Se nos ofereceram 94 milhões de euros pelo Campeonato do Mundo masculino, oferecem-nos 940 mil euros ou menos pelo torneio feminino, ao mesmo tempo que as emissoras criticam a FIFA sobre a igualdade de género na questão do bónus”.
Em fevereiro, a seleção feminina portuguesa garantiu o seu lugar no mundial por apuramento e está, agora, inserida no Grupo E com Estados Unidos (bicampeãs mundias), Países-Baixos (vice-campeãs) e Vietname. O Mundial de Futebol Feminino 2023 realiza-se entre 20 de julho a 20 de agosto de 2023.