O presidente do FC Porto, André Villas-Boas, afirmou que eventuais saídas de jogadores em janeiro de 2025 só ocorrerão mediante o pagamento das respetivas cláusulas de rescisão.
Durante a sessão de apresentação do relatório e contas da FC Porto SAD, Villas-Boas enfatizou a importância de manter a equipa competitiva até ao fim da temporada, destacando que o clube não pretende negociar jogadores a menos que seja obrigada pela cláusula.
“Nesta fase, não estamos à espera de nenhum ataque aos nossos jogadores, mas, se assim for, remeteremos para as cláusulas de rescisão. Construímos esta equipa para atacar o campeonato e estamos confiantes e relativamente tranquilos de que assim se manterá até junho [do próximo ano]”, reconheceu, em conferência de imprensa.
Na mesma ocasião, Villas-Boas apresentou o relatório e contas da SAD, que registou um prejuízo de 21 milhões de euros para a temporada 2023/24, reduzindo o défice de 47,6 milhões de euros do ano anterior.
“Toda a atividade do FC Porto assenta em três eixos: direitos televisivos, apuramento para a Liga dos Campeões e transferências de jogadores. Esse sempre foi e será o grande bolo da nossa atividade económica. Por isso, quisemos construir uma equipa competitiva, ao fazer investimentos em jovens e baixando consideravelmente a média de idades da equipa principal. Sabemos que esta atividade vai gerar sempre receita. Depois, queremos melhorar e tornar mais eficaz a parte relacionada com a contenção de custos”, apontou.
O presidente azul e branco destacou também as medidas emergenciais para lidar com problemas de liquidez, incluindo a subscrição de 12 milhões de euros em papel comercial pelos sócios e um empréstimo pessoal de 500 mil euros feito por ele ao clube em maio. Villas-Boas ressaltou ainda o aumento da adesão dos sócios, o que levou ao crescimento de 68% na receita de bilheteira no primeiro trimestre de 2024/25 e a um aumento de lugares anuais vendidos, demonstrando o fortalecimento do envolvimento dos adeptos com o clube.
“Tivemos um curto período de atividade, no qual nos dedicámos sobretudo a resolver os problemas de tesouraria do clube. Esse foi o período com mais impacto na nossa gestão diária e tivemos de agir de forma proativa com os sócios e adeptos, que subscreveram papel comercial na ordem dos 12 ME, permitindo continuar a nossa atividade corrente. Estávamos mais ou menos à espera [dos prejuízos], mas é evidente que ninguém gosta de receber a notícia de que não tínhamos nenhuma liquidez disponível”, enquadrou.
“Houve quase um renascer na forma como os associados se relacionam com o clube. Estamos a estudar do ponto de vista comercial para que sejamos a muito curto prazo o segundo clube com mais sócios em Portugal. O Benfica destaca-se largamente nesse sentido, mas queremos encurtar distâncias para o Sporting”, rematou.
“Temos de agradecer muito esta nova forma de viver o FC Porto. Haverá associados que não se identificavam com a forma como o clube estava a ser gerido, mas muitos deles regressaram e temos um número extensivo a pedir para voltar a ser sócio”, transmitiu.