O Euro 2024 está à porta, e enquanto as equipas se preparam para competir num dos torneios mais prestigiados do futebol mundial, surge uma realidade preocupante: não haverá nenhuma mulher árbitra presente na competição.
Este facto representa não só uma oportunidade perdida para a inclusão e igualdade, mas também um retrocesso na luta pela paridade de género no desporto. Numa era em que a igualdade de género deveria ser uma prioridade inegociável, a ausência de mulheres árbitras no Euro 2024 envia uma mensagem desalentadora. Apesar dos avanços noutras áreas, o mundo da arbitragem continua dominado por homens. Isto não só limita as oportunidades para as mulheres nesta profissão, como também perpetua estereótipos obsoletos sobre o papel das mulheres no desporto. A presença de mulheres árbitras em torneios de alto perfil não é apenas uma questão de justiça, mas tem um impacto tangível na perceção e aspirações das futuras gerações. As meninas e jovens que sonham com uma carreira na arbitragem precisam de ver modelos a seguir nos grandes palcos desportivos. A ausência de mulheres na Euro 2024 rouba-lhes essa possibilidade, alimentando a noção de que a arbitragem de elite é um domínio reservado exclusivamente aos homens. É imprescindível que as organizações que regem o futebol tomem medidas proativas para garantir uma representação equitativa em todos os níveis. Isto inclui a implementação de programas de desenvolvimento para mulheres árbitras, bem como a promoção ativa da sua participação em torneios internacionais. A UEFA e outras entidades devem comprometer-se a derrubar as barreiras que impedem a igualdade na arbitragem. É hora de o futebol mundial reconhecer e abordar a falta de equidade na arbitragem. Os adeptos, jogadores e dirigentes têm a responsabilidade de exigir mudanças. As competições devem refletir a diversidade daqueles que amam e praticam este desporto. O Euro 2024, infelizmente, passará para a história não apenas pelos seus jogos, mas também pela flagrante omissão de mulheres nas suas fileiras arbitrais.
A ausência de mulheres árbitras no Euro 2024 é uma mancha no prestígio do torneio e um lembrete das barreiras persistentes que as mulheres enfrentam no desporto. É um apelo urgente à ação para assegurar que futuras competições sejam inclusivas e representativas da verdadeira diversidade do futebol. O progresso para a igualdade de género no desporto não deve ser apenas uma aspiração, mas uma realidade tangível e visível em todos os aspetos do jogo.